Este livro veio-me parar às mãos através do Bookcrossing, uma comunidade de leitores online que partilha livros e segue os seus percursos através dos vários leitores por onde vão passando.
Não posso dizer que aprendi muitas coisas com este livro, mas gostei muito de o ler. Cá em casa também se recicla, também se reutiliza, evitamos o consumismo e o esbanjamento de energia e de água e também perdemos algum tempo a fazer escolhas quando compramos alguma coisa - menos produtos embalados, menos sacos de plástico, electrodomésticos energeticamente mais eficientes... Mas a verdade é que podíamos fazer muito mais... Mas também não foi por me lembrar disso que gostei do livro.
Do que realmente gostei, foi de todas as reflexões paralelas acerca do significado real que o consumo tem nas nossas vidas, de que forma consumir contribui - ou não - para as melhorar. O que é que nos leva a trabalhar cada vez mais, para podemos comprar cada vez mais coisas, sendo que uma considerável parte delas acabará por ir parar ao lixo passado pouco tempo? E de que forma abdicar de certas comodidades e passar a ter mais trabalho com algumas tarefas pode contribuir para a nossa felicidade, ao acarretar uma série de mudanças no nosso estilo de vida?
Embora à primeira vista este livro possa parecer um relato "levezinho" e divertido de mais um americano que quis ganhar protagonismo através de uma mudança radical de vida, na verdade trata-se de um testemunho honesto e bastante inspirador. Porque a verdadeira questão não é se cada um de nós, através da acção individual, pode realmente fazer alguma diferença no estado crescente de degradação do nosso planeta. A questão é se estamos dispostos a tentar e a agir de acordo com a nossa consciência, ou se preferimos viver alheados sem dedicar cinco minutos a pensar nas consequências dos nossos actos. Pelo que me toca, já fui buscar os lenços de pano que tinha guardados no fundo do armário e que andava há anos a pensar recuperar para substituír os de papel. Já nem me lembrava como são tão mais macios e confortáveis que os outros... E vou, certamente, apurar ainda mais os cuidados que já tinha no que toca à produção de lixo, especialmente no que se relaciona com as embalagens de plástico. Eis algumas das minhas resoluções para este ano:
* comprar ainda mais produtos frescos e menos embalados, e de preferência de origem local
* deixar de comprar farinha no supermercado e passar a comprá-la na moagem que existe na minha cidade. É feita a partir de cereal da região (menos energia gasta em transportes), acabada de moer (mais rica em nutrientes), vem em sacos de 5 ou 10 kg (menos lixo). Para além de tudo isto, cada vez que comprar um saco, sei que estarei a contribuir para a manutenção do emprego de uma série de pessoas, desde os agricultores que cultivaram o cereal e contribuem para manter algumas das paisagens nordestinas de que tanto gosto, até aos trabalhadores da moagem, que são bem simpáticos, tal como pude avaliar em primeira mão há uns anos atrás quando lá fui fazer uma visita com as minhas miúdas.
* comprar menos envelopes e reutilizar mais envelopes velhos, assim como outras embalagens. Já tenho feito envelopes com folhetos de supermercados e caixas de cereais viradas do avesso (funcionam mesmo bem, são resistentes e ficam uns pacotes mesmo bonitos)
* voltar a usar as minhas canetas de tinta permanente (tenho várias, e em tempos usava-as muito, mas a certa altura não sei porquê, mas provavelmente por preguiça, deixei de as usar
* passar a beber menos café - vem de muito longe, e o solúvel, para dizer a verdade, nunca me inspirou grande confiança (o que é que lhe farão para ficar tão solúvel? ). Para compensar, proponho-me beber mais chá - dos Açores, pois claro, ou então infusões do meu limonete e da minha erva cidreira - para dizer a verdade, até gosto mais de chá, mas bebo café mais vezes, lá está, por preguiça...
Estas são algumas das minhas resoluções. Gostava de conhecer as vossas.
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This book came to my hands through Bookcrossing, an online reading community that tracks and shares books.
I can't say I learned a lot from it, but I enjoyed reading it immensely. In our family we already try to be very conscious about what we buy, what we waste, what we eat, etc. Although we could do a lot more... But reminding me about this was not the reason I enjoyed this book either.
What I really liked were all the parallel thoughts about the real meaning that consuming has in our lives. How does it contribute - in case it does - to improve them? What drives us to work more and more time, to be able to buy more things, most of which we'll sonner than later throw away? And what if, by giving up some of these comodities and becoming in charge of new tasks we find a new kind of fulfillement that comes with a change of lifestyle?
Although at first sight this may look like another flashy book of some obscure American writer looking to be advertised, in fact it is a very honest and inspiring account of someone who drastically changes his (and his family's) lifestyle so that it made less impact on the environment. Because the question is not whether one person, as an isolated individual, can make a difference. The real question is: are we willing to try and live according to our conscience? Or do we prefer to take the easy road and abstain from thinking about the consequences of our actions?
As for myself, I've just went to the bottom of my drawer and dug out the old cotton handkerchiefs I used when I was about my kid's age. I hardly remembered how much softer and confortable they are than the pieces of paper we've got so used to. And I'll certainly refine some habits, especially regarding reducing the amount of plastic garbage we produce whenever we go out shopping. Here are some of my new year green resolutions:
* I will buy even more fresh produce and less packaged / preserved food, from local origin as much as possible
* I'll start buying flour in our local small milling plant instead of the supermarket. Its made out of local cereal (less energy and fuel spent in transportation), freshly grinded (more rich in nutrients), comes in large 5 or 10 kg pacages (less packaging). Plus, each time I go there, I'll know I am helping local workers and farmers to keep their jobs (while maintaining some of the northeastern landscapes I love so much)
* I will buy less envelopes and reuse more. I've made some really nice ones using old supermarket leaflets and empty cereal boxes turned inside out (they are great for books because they are sturdy and they turn out really neat!)
* I will look for my fountain pens and start using them again - I have several which I really like and I used them a lot many years ago but somewhere along the way, they've gradually been replaced by ugly plastic ballpoints, I really don't know why, but I guess because it was easier...
* I will drink less coffee - it travels a long way and the instant one... well, to tell the truth, I've never quite trusted it (what is it that they do, to transform plain simple coffee powder into those puffed grains that are so soluble?). I will replace it with tea - from the Azores, of course, as well as some infusions from my home-grown herbs - to tell the truth, I prefer tea rather than coffee, but I end up drinking more coffee because... you guessed - its easier...
These are some of my resolutions. I'd love to hear about yours.