Thursday, July 16, 2009

Outdoor Hour Challenge: Crop Plants #1-Clover

Já há algum tempo que visito regularmente o blog Handbook of Nature Study mas até agora ainda não tinha participado em nenhum dos desafios semanais da Barbara. Pois não é tarde nem é cedo. Ela está a dar início a uma nova série de desafios sob o tema "plantas de cultivo" e a planta desta semana é o trevo. Não podia ter vindo mais a propósito, pois temos andado precisamente a falar sobre esta planta cá em casa, a propósito de um post publicado no Das Plantas e das Pessoas, um blog que aconselho a todos os que se interessam pela botânica.

Depois de ler as páginas dedicadas ao trevo no The Handbook of Nature Study, que pode ser descarregado aqui e do qual já falei num post anterior, aproveitámos um momento passado no jardim, onde temos bastante trevo, para fazer algumas observações ao vivo. Em Portugal existem várias dezenas de espécies do género Trifolium, mas a que possuímos em maior abundância no jardim é o Trevo-branco, ou Trifolim repens. Em tempos também tivémos o lindíssimo Trevo-morango (Trifolium fragiferum), mas tem vindo a desaparecer e nesta altura não encontrámos nenhum em flor. Fotografámos as flores brancas do primeiro, que vimos serem visitadas pelas abelhas, embora não as tenhamos apanhado na imagem, assim como outras já com aspecto mais seco e flores inflectidas em direcção ao solo, o que significa terem já sido polinizadas. Com efeito, desfizémos algumas destas flores e as sementes lá estavam, as mais verdes ainda amareladas, outras mais secas de cor acastanhada.
Depois, desenraizámos uma planta e descobrimos um minúsculo nódulo na sua raiz. "Cada nódulo é um ninho repleto de seres vivos, tão pequenos que seriam necessários 25.000 deles colocados lado a lado para perfazer uma polegada; desta forma, mesmo um nódulo minúsculo pode conter muitos destes pequeníssimos organismos, que se chamam bactérias." "As raízes do trevo proporcionam às bactérias abrigos e um local para crescerem, e em troca, estas são capazes de extrair um fertilizante químico muito valioso do ar, e modificar a sua forma de maneira a que os trevos consigam absorvê-la. O nome desta substância é azoto (...)" "Depois de o trevo ser colhido, as raízes permanecem no solo, os seus pequenos armazéns repletos desta preciosa substância de que o solo se torna herdeiro." (excerto de A Handbook of Nature Study)

As crianças ficaram maravilhadas quando lhes contei (em menos palavras) esta história e depois observámos outra planta que cresce no jardim juntamente com o trevo e que lhe é aparentada, a alfafa (Medicago sativa). Mais abaixo fica uma fotografia das suas bonitas flores de cor púrpura, e alguns dos desenhos que fizémos nos nossos cadernos de campo. E para terminar, uma poesia de Emily Dickinson (1830–86), que fala de trevos e de abelhas.

Para fazer uma campina

Basta um só trevo e uma abelha.

Trevo, abelha e fantasia.

Ou apenas fantasia

Faltando a abelha


Alfalfa, a clover relative

I've been following Barbara's Handbook of Nature Study blog for quite a while now, but so far I've never participated in any of her weekly challenges. So this is it. She's starting a new series of Outdoor Hour Challenges under the theme "crop plants" and this week's focus is on clover. It couldn't have been more appropriate, for we've been precisely discussing this plant during the past week, after reading a post about it on Das Plantas e das Pessoas, a blog I recommend to everyone who likes plants (it's in Portuguese only).
M. looking at clover root nodules with a magnifying lens

After reading the pages dedicated to the clover on The Handbook of Nature Study, which can be downloaded here and about which I've posted before, we looked more carefully at the real plant during an afternoon spent in the garden, where we have plenty of them. In our country there are several tens of Trifolium species, but the one we have in our garden is the White clover (Trifolium repens). We used to have the beautiful Strawberry clover (Trifolium fragiferum) as well, but it has become scarcer and scarcer over the years and at this time we couldn't find any of it in bloom. So we took pictures of the White clover, we saw it's white flowers being visited by several bees (though we couldn't catch them with the camera) and we also saw many dry brown flowers turned towards the ground instead of upwards, a sign that polination has already occurred. We opened some of them and there they were, the tiny seed, some yellow, some brown. Then we dug up a plant and we saw a tiny nodule on its root. "Each nodule is a nestful of livingbeings, so small that it would take twenty-five thousand of them end to end to reach an inch; therefore, even a little swelling can hold many of these minute organisms, which are called bacteria." "The clover roots give the bacteria homes and place to grow, and in return these are able to extract a very valuable chemical fertilizer from the air, and to change its form so that clovers can absorb it. The name of this substance is nitrogen (...)" "After the clover crop is harvested, the roots remain in the ground, their little storehouses filled with this precious substance, and the soil falls heir to it." (from A Handbook of Nature Study)

The girls were amazed when I told them this story (in fewer words...) and then we looked at another plant that we have growing together with the clovers, a relative actually, which is also mentioned in the Handbook of Nature Study: the alfalfa (Medicago sativa). Above there's a picture of its beautiful purple flowers.
And below, some of the drawings M. and I made in our notebooks.
My notebook drwings. I'm not sure whether the leaves on the left belong to another species, ot to T. repens as well (maybe the ecotype adapted to more humid soils mentioned at Das Plantas e das Pessoas)

Drawings by M. (7 yo)

And what a better way to finish, than with a beautiful poem by Emily Dickinson (1830–86), which precisely talks about clovers and bees?

To make a prairie it takes a clover and one bee,

One clover, and a bee,

And revery.

The revery alone will do

If bees are few.

8 comments:

  1. What a wonderful entry! Welcome to the Outdoor Hour Challenges.

    Your journals are wonderful and I love the details.

    Thank you so much for sharing your nature study from Portugal.

    Barb-Harmony Art Mom

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  2. Ainda há vagas nessa "escola" da tua casa? Quem me dera ser aí vossa aluna!!

    Também acho fantástica a capacidade que certas plantas têm de fixar o azoto no solo. Por isso é que é importante ter em atenção quais as culturas que devem suceder a outras.

    As batatas, por exemplo precisam de azoto. Pelo que as culturas que lhes devem anteceder convém serem as leguminosas :-)) Ou os trevos :-)) para fixar o azoto do ar, no solo para ser absorvido pelas batatas.

    Beijokas.

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  3. Muito interessante!Qualquer dia destes tenho que me juntar a vocês nesses desafios:-)
    beijinhos!
    P.S.Estou a aguardar a vossa visita.

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  4. Rute, há sempre vagas na nossa "escola", nem que seja à distância!

    M., excelente ideia, essa de te juntares aos desafios da Barbara - os teus cadernos gráficos iam com certeza gostar da variação de temas.

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  5. Estou com a Rute, também quero uma vaga! Por favor!!!

    Tenho vindo visitar o teu blog através da Paula e devo dizer que gosto muito...

    Beijinhos,
    Patrícia

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  6. Obrigada, Patrícia, volta sempre e já sabes... há sempre vagas, nem que seja à distância!

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  7. Ok, Pequete!

    Eu vim para ficar, pois gostei!

    Beijinhos

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  8. So funny, i'm planning a red clover study with my girls this week. I love The Handbook of Nature Study, such a fantastic book!

    I love to make red clover tea. It's such a relaxing tea.

    Lisa ;)

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