Tuesday, April 24, 2012

Limpezas de Primavera / Spring cleaning


A chegada da Primavera traz-me sempre uma enorme vontade de fazer limpezas e organizar as coisas cá em casa - as famosas limpezas de Primavera.

Mas este ano, vai ser diferente. Ao invés de me limitar a limpar e re-organizar, eliminando meia dúzia de coisas estragadas ou que deixaram de ser úteis (brinquedos velhos, roupa que já não serve, etc.), decidi dedicar-me seriamente a pensar sobre a utilidade e o valor de cada objecto que fui acumulando ao longo dos anos. Será que realmente o uso? É útil? É importante, sob qualquer outro ponto de vista? Porque é que o guardei? Decididamente, esta "limpeza" não vai ser coisa para um fim de semana, provavelmente, vai-se prolongar por vários meses, mas acho que vai valer a pena. Paralelamente à limpeza dos objectos físicos, vou fazer uma outra, que acaba por estar relacionada com a primeira, embora à primeira vista isso possa não parecer muito evidente. Trata-se de pensar seriamente sobre a forma como ocupo o meu tempo (o mais precioso dos bens...) e procurar optimizá-lo, eliminando o que não tem valor, para que me sobre mais tempo para o que realmente é importante.

O esboço lá de cima reflecte o início deste esforço. É insignificante, mas ao mesmo tempo tem muito significado, pois foi feito ao fim de muitas semanas sem pegar em papel e lápis, durante uma tarde bem passada com o L. e as miúdas, a desenhar, a ler, a observar aves e a desfrutar das inigualáveis paisagens transmontanas.

A leitura em questão, que recomendo a todos os que se sentem atraídos por uma vida mais simples, mas com mais sentido é Minimalism: Essential Essays, de Ryan Nicodemus e Joshua Fields Millburn, que está, até ao dia 25 de Abril, disponível na Amazon gratuitamente, por iniciativa dos autores, que em troca apenas pedem uma crítica sincera ao seu conteúdo. Recomendo igualmente o blogue destes dois americanos, onde podem encontrar alguns dos ensaios contidos no livro: The Minimalists.

* * *

The arrival of Spring always brings me a great urge to clean and organize my home - the famous Spring cleaning...

However, this year, it will be different. Instead of just cleaning and re-organizing, eliminating a few broken or unuseful things in the way (old toys, clothes that don't fit anymore, etc.), I decided to dedicate serious thought to each of the objects I've been accumulating along the years. Do I really use it? Is it useful? Is it important in some other way? Why am I keeping it? Definitely, this spring cleaning won't be something to get done with in a weekend. It will most likely extend for several months, but I think it will be worth it. Because in parallel to the physical clutter, I will also be thinking about the things that are cluttering my mind and my time and seeking ways to eliminate what is not important, to be able to focus on what really is.

The sketch above is a reflection of my first efforts. It is insignificant, but at the same time it has great meaning because it was done after many weeks without touching pen and paper, during a great afternoon spent with my husband and children: drawing, reading, birdwatching and hiking in the beautiful Trás-os-Montes countryside.

The book I'm reading is Minimalism: Essential Essays, by Ryan Nicodemus and Joshua Fields Millburn. I reccommend it to all of those that feel drawn towards a more simple, more meaningful life. The authors are offering a free copy until April 25th, in exchange for a review. I really think the book is worth your time, as well as the authors blog, where you can find some of the essays contained in the book and many more: The Minimalists.

4 comments:

  1. Olá menina dos desenhos :)
    Adoro os teus esboços. A simplicidade do lapis capturando momentos.

    Também tenho o hábito das limpezas de Primavera. Desta vez retirei todas as roupas do meu guarda-vestidos e lavei/engomei tudo. Pois notei que havia peças que não vestia há séculos e o mofo começava a instala-se na inatividade.

    Assim é na vida. Se não repensamos as rotinas, o mofo apanha-nos!
    Gostei muito da reflexão conjunta.
    Beijinhos.
    Rute

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  2. É incrível como conseguimos encontrar felicidade com poucas coisas muita tralha só traz confusão à nossa vida.Também levei alguns anos a perceber isso.
    Um beijinho e boas limpezas.

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  3. Olá Ana, não sei se já nos conhecemos em algum encontro dos urban sketchers.
    Lindas as tuas ilustrações. Vim ontem da Madeira com o Grupo do Risco (conheces? do Pedro Salgado)onde estivemos a desenhar a floresta da Laurissilva. Vi de perto desenhadores científicos no seu oficio e aprendi muito.

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  4. Olá José, não, não nos conhecemos, talvez quando os urban sketchers fizerem um encontro em Trás-os-Montes haja oportunidade! Do Grupo do Risco ouvi falar e o Pedro Salgado conheço bem, fui aluna dele num dos primeiros cursos de ilustração científica que deu em Lx e mais tarde fiz um estágio na empresa dele, quando vivia nas Canárias. Depois mudei-me para o norte e dediquei-me mais a outras áreas da biologia, mas os desenhos vão aparecendo, sempre que o tempo livre o permite!

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