
Parece que este ano vamos mesmo ter um Natal branco... Feliz Natal a todos!
It seems this year we'll have a real white Christmas... Merry Christmas, everyone!
Há anos que andava a querer fazer uma coisa destas, mas por uma razão ou por outra, nunca foi possível. Quando vivia perto de Lisboa, andava sempre a correr de um lado para o outro e apesar de várias instituições oferecerem aulas de desenho de modelo, eu nunca consegui organizar-me de maneira a frequentar uma. Depois vim para o norte, a vida tornou-se substancialmente mais fácil e mais calma, mas... aqui não havia aulas deste tipo... até agora. Felizmente, abriu recentemente na cidade um excelente centro de arte contemporânea (Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, cliquem aqui para mais informações) que, entre várias outtras actividades interessantes, está neste momento a oferecer aulas de desenho com modelo. E assim, uma tarde por semana, lá vou eu batalhar com poses que mudam a uma velocidade vertiginosa e um "objecto" com o qual nunca tinha trabalhado antes, o corpo humano. Para alguém habituado a fazer ilustrações hiper-detalhadas, que demoram várias horas a terminar, começar e acabar um desenho em 30 segundos é um verdadeiro desafio! Mas muito compensador, não tanto pelos resultados, como podem ver, mas pelo muito que tenho aprendido com o Manuel Trovisco. O desenho lá de cima foi feito em 30 segundos, com carvão, o de baixo em 5-7 minutos, também com carvão, mas num papel um pouco mais texturado. As mãos, os pés e as pernas, são sem dúvida as partes do corpo mais difíceis de desenhar.

Há já vários anos que, cada Outono, olho para as bagas do pilriteiro e penso: "Tenho que experimentar fazer um doce com isto". Foi desta. Ao fim do dia, atirei-me ao pilriteiro que cresce em frente à nossa casa, e toca de apanhar bagas. A verdade é que estive prestes a desistir, porque estava-me a custar estragar um arbusto tão bonito. Mas depressa percebi que mesmo que apanhasse muitas bagas (e foi quase 1 kg, com a ajuda do resto da família, que depois se juntou a mim), o pilriteiro tinha tantas, que praticamente não se notava a diferença.
Depois de bem lavadas, fervi-as durante uma hora, juntamente com a casca e o caroço de uma maçã, por não ter a certeza se as bagas têm pectina suficiente para gelificar bem, esmagando-as de vez em quando com um daqueles utensílios que servem para fazer puré. Depois, filtrei com um pano fino de algodão (deixei a filtrar de um dia para o outro). No dia seguinte, coloquei o líquido numa panela com açúcar (proporção1:1) e deixei ferver até atingir o ponto de estrada - deita-se um pouco num prato, passa-se o dedo pelo meio e, se a "estrada" assim aberta na geleia não voltar a fechar, é porque está pronto (não esquecer lamber o dedo ao fim de cada teste). Ficou... delicioso!
It's been several years that every autumn, I look at the Hawthorn berries and think that I must do some kind of jam with them. Well, this was it. Two days ago, I took a big bowl and filled it with hawthorn berries. I almost gave up, because I was feeling a bit guilty from spoiling such a beautiful plant... But I soon found out that even if I picked up a lot (and it was near 1 kg, with the help of the family who soon joined me), the hawthorn was so full of berries that one hardly noticed the difference.
Ultimamente, tenho usado grande parte do meu tempo livre para trabalhar nos desenhos de plantas, no caderno de campo. A semana passada fui a outra saída de campo de botânica, desta vez para a serra de Montesinho, para ver alguns habitats de montanha (e no regresso, também vi um lindíssimo esquilo). Em baixo, vê-se uma página do caderno a meio do trabalho e em cima, o desenho terminado, mostrando três das espécies típicas que se encontram nos urzais secos, naquela zona.
I've been using most of my spare time to work on my plant sketches lately. Last week I went on another botany field trip, this time to Montesinho, to see some beautiful mountain habitats (and on my way back, I also saw a cute red squirrel). Below you can see one of my sketchbook pages in progress, and above, the finished page showing three typical species found in dry mountain heathlands in that area.

Mais uma "planta no Outono", desta feita o pilriteiro (Crataegus monogyna), uma valiosa planta medicinal. É usada principalmente no tratamento de problemas cardíacos e circulatórios, tirando partido da presença, no fruto, de bioflavenóides, que são igualmente poderosos anti-oxidantes. Apesar de não serem saborosas em cru, as suas bagas podem ser usadas para fazer compotas e conservas, assim como pão, depois de secas, moidas e misturadas com farinha. Também se faz chá a partir das suas folhas. Nunca tentei nenhuma destas receitas, mas estou tentada a experimentar a compota.
Another "plants in autumn" sketch, this time of a Common Hawthorn (Crataegus monogyna), an extremely valuable medicinal plant. It is used mainly for treating disorders of the heart and circulation system. This effect is due to the presence of bioflavonoids in the fruit, which are also strongly antioxidant. Although not very appetizing raw, it can be used used for making jams and preserves and the fruit can be dried, ground, mixed with flour and used for making bread. A tea can also be made from the dried leaves. I never tried any of these, but I'm inclined to try the jam.
Happy autumn, everyone!
Acabei de iniciar um novo caderno de desenhos (sabe tão bem começar um novo caderno de desenhos) e que melhor maneira de o fazer, do que com desenhos de plantas, no Outono, quando o tempo está perfeito para estar no campo - nem demasiadamente quente, nem demasiadamente frio? Ultimamente tenho mesmo estado em maré de plantas, pois comecei a acompanhar um amigo botânico nas suas aulas de campo. Se também gostam de plantas, podem visitar o seu blog - Das Plantas e das Pessoas - que não se vão arrepender. Tendo estudado zoologia, sempre quis saber mais sobre plantas e agora que as miúdas já estão suficientemente grandes para não perturbar demasiado uma aula de "crescidos", é a altura perfeita para o fazer (a verdade é que até gostaram muito).
I've just started a new sketchbook (I love starting a new sketchbook) and what a better way to do it than drawing plants in autumn, when the weather is perfect to go outside - not too hot and not too cool? I've been in "plant mood" lately, as I've started to join a botanist friend in his field classes. If you like plants too, and you can read Portuguese, his own blog is surely worth a visit. Check t out at Das Plantas e das Pessoas. Having studied zoology, I've always wanted to learn more about plants and my kids are finally big enough to do something like this with me without disturbing someone else's class too much (the truth is they enjoyed it a a great deal).


Left to right, top to bottom: Mung beans, white beans, Soy beans, black beans, Black-Eyed Cowpeas and Azuki beans
Já há algum tempo que visito regularmente o blog Handbook of Nature Study mas até agora ainda não tinha participado em nenhum dos desafios semanais da Barbara. Pois não é tarde nem é cedo. Ela está a dar início a uma nova série de desafios sob o tema "plantas de cultivo" e a planta desta semana é o trevo. Não podia ter vindo mais a propósito, pois temos andado precisamente a falar sobre esta planta cá em casa, a propósito de um post publicado no Das Plantas e das Pessoas, um blog que aconselho a todos os que se interessam pela botânica.
Depois, desenraizámos uma planta e descobrimos um minúsculo nódulo na sua raiz. "Cada nódulo é um ninho repleto de seres vivos, tão pequenos que seriam necessários 25.000 deles colocados lado a lado para perfazer uma polegada; desta forma, mesmo um nódulo minúsculo pode conter muitos destes pequeníssimos organismos, que se chamam bactérias." "As raízes do trevo proporcionam às bactérias abrigos e um local para crescerem, e em troca, estas são capazes de extrair um fertilizante químico muito valioso do ar, e modificar a sua forma de maneira a que os trevos consigam absorvê-la. O nome desta substância é azoto (...)" "Depois de o trevo ser colhido, as raízes permanecem no solo, os seus pequenos armazéns repletos desta preciosa substância de que o solo se torna herdeiro." (excerto de A Handbook of Nature Study) 
Para fazer uma campina
Basta um só trevo e uma abelha.
Trevo, abelha e fantasia.
Ou apenas fantasia
Faltando a abelha
My notebook drwings. I'm not sure whether the leaves on the left belong to another species, ot to T. repens as well (maybe the ecotype adapted to more humid soils mentioned at Das Plantas e das Pessoas)
Drawings by M. (7 yo)
Há algum tempo atrás, eu, o L. e dois amigos nossos estávamos a conversar sobre o facto de ainda haver um longo caminho a percorrer até que o nosso país desenvolva uma opinião pública forte relativamente às questões da conservação da natureza. Concordámos que algum progresso tem sido feito durante os anos mais recentes mas que na maior parte dos casos, o conhecimento geral sobre estes assuntos é muito superficial e facilmente manipulado pela comunicação social (cujo conhecimento parece ser ainda mais superficial, a maioria das vezes...) E em alguns casos, boas pessoas, cheias das melhores intenções, acabam por fazer ainda pior do que se não tivessem feito nada. Basicamente, não se pode gostar e ajudar aquilo que não se conhece e em Portugal, a maior parte das pessoas não conhece aquilo que tem. Rimo-nos (mas não de alegria...) quando um dos nossos amigos nos contou uma apresentação "PowerPoint" que fez na escola primária da sua filha acerca da vida selvagem em Portugal. Mostrou imagens lindíssimas de algumas das nossas plantas e animais e descreveu-nos o olhar maravilhado das crianças - e das professoras. "Temos mesmo estas espécies no nosso país?", perguntou uma delas, incrédula. Não deixa de ser estranho como todos conhecem e ensinam acerca do elefante africano, das zebras, etc., mas tão poucos ouviram falar do lobo ibérico, do corço, da águia-real, dos abutres ou mesmo da aparentemente mais modesta salamandra-lusitânica. Apenas aparentemente, atenção. É que a Chioglossa lusitanica, nome científico pelo qual se designa, é uma espécie ameaçada, endémica do noroeste da Península Ibérica (o que significa que, em todo o mundo, este é o único local onde habita). A que vêem lá em cima, pintei-a com acrílicos sobre papel de aguarela. Espero que vos inspire a descobrir um pouco mais sobre a nossa fauna e flora!
Este é um esboço rápido de uma pequena aldeia escondida (mesmo!) na vertente Sul da Cordilheira Cantábrica, uma terra de bosques de carvalhos e bétulas, de ursos e de corços. Foi o nosso primeiro acampamento com as miúdas, muito curto, e ainda há que melhorar a capacidade de caminhar delas - cansam-se ao fim de pouco tempo e só pensavam em voltar para a tenda e para os gatos que viviam no parque de campismo - as verdadeiras estrelas da viagem, do ponto de vista delas, quer-me parecer! Ainda assim, foi uma bela estadia, não vimos nenhum urso, mas vimos vários corços e alguns veados, aves, borboletas, tritões, e até... muitas vacas por sua própria conta nas pastagens de altitude, uma das quais ficou realmente interessada no nosso telescópio!



If you've happened to be in Olhão's EXPOMAR last week (the 6th Fair of the Sea and Nautical Activities), I'm sure you didn't miss the Science Illustration Exhibition dedicated to the natural heritage of this region of the Algarve. The exhibition included 32 illustrations by my friend Fernando Correia. For those who didn't make it, here is a sample of his work. If you want to know more, you can always get his book "Olhão - um património a descobrir", an edition of the Olhão Town Council.