Friday, October 19, 2012
O Adeus à Saudade / Farewell to "saudade"
Wednesday, May 16, 2012
Viver para os Outros / Living for Everyone Else
Ora então, aqui vai.
Viver para os Outros, por Leo Babauta
Muitas pessoas não são minimalistas porque, dizem, essa filosofia não é realista para as suas vidas. Mas aquilo que muitas vezes querem dizer é que não querem que os outros os julguem como pessoas esquisitas.
Usar as mesmas roupas quase todos os dias pode parecer estranho aos teus amigos e colegas de trabalho. Não ter carro pode fazer-te sentir uma carta fora do baralho. Não ter um smartphone pode tornar-te fora de moda. Viver numa casa minúscula ou numa auto-caravana pode levar os outros pensar que és pobre ou maluco. Ter uma dieta vegana pode originar escárnio ou olhares enfadados por parte dos teus amigos que não dispensam carne no seu menu diário.
Mas para quem é que nós estamos a viver? Eu sou totalmente a favor de viver para ajudar o próximo, mas quando vivemos as nossas vidas para corresponder às expectativas dos outros, acabamos a viver vidas que não queremos. E o que é que ganhamos quando vivemos para corresponder às expectativas de todas essas outras pessoas? Na verdade, elas não querem saber - elas apenas não gostam de coisas diferentes porque se sentem desconfortáveis perante a mudança. Mantermo-nos iguais a todos os outros não torna todos esses outros mais felizes - apenas não os obriga a reflectir sobre as suas próprias vidas.
E já agora, de onde vêm todas estas expectativas? Os outros não as inventaram do nada — elas são costumes construídos ao longo dos anos, frequentemente de forma bastante consciente por empresas ou instituições que tentam levar-nos a adquirir hábitos de consumo dispendiosos. Por exemplo, a razão pela qual temos tantas roupas, gadgets e outras posses é porque a publicidade nos vendeu a ideia de que necessitamos dessas roupas para ter estilo, para ser bem sucedidos, para nos sentirmos como verdadeiras mulheres, para sermos tão bons como as pessoas que aparecem na televisão. Nem sempre foi assim, e cabe-nos a nós decidir se queremos que continue a ser assim.
Não estou com isto a dizer que devemos ir viver para a selva e ignorar a sociedade (embora essa também não seja uma má opção). Eu vivo em sociedade, e contudo, ninguém se importa que eu use sempre as mesmas roupas. As pessoas não ficam furiosas quando sabem que não compro presentes de Natal. Posso receber um erguer de sobrancelhas quando alguém se apercebe que não tenho televisão por cabo nem carro, e posso ter que explicar porque razão sou vegano, mas ninguém se zanga comigo e todos continuam com as suas vidas. E eu, certamente, continuo com a minha.
A forma como todas as outras pessoas estão a actuar não está a funcionar. As pessoas não se sentem felizes com vidas cheias de bens materiais. Conduzir um carro a toda a hora aumenta os níveis de stress, torna as pessoas menos saudáveis, polui. A saúde deteriora-se com a dieta americana standard. Só porque toda a gente acha que é assim que as coisas devem ser feitas, não significa que essa seja a opção mais correcta. Nada contra a corrente — os outros peixes também não sabem para onde vão!
Perante os outros, sê prestável, mostra compaixão, sê agradecido. Mas não vivas para ir de encontro às suas expectativas. Ficarás livre dos grilhões do status quo sem sentido, e assim, poderás viver como tu quiseres.
(nota: a foto lá de cima foi tirada no fim de semana passado: um piquenique, banhos e corridas num lameiro; sem ironias, uma boa alternativa ao status quo do passeio no centro comercial...)
Today I am copying (English version) and translating (Portuguese version) a post from one of my favourite sites: mnmlist, written by Leo Babauta. I totally relate with what he writes, although his life options do not exactly match mine: I am an omnivore by conviction (not a vegan), I own a car and my home is not exactly small (although it is not huge either). I liked his post so much, that I wanted to share it with my readers, especially those that don't usually read in English. So here it goes.
Living for Everyone Else, by Leo Babauta
A lot of people don’t do minimalism because it doesn’t seem realistic for their lives. But what they often mean is that they don’t want others to think they’re weird.
Wearing the same clothes every day might seem weird to your friends and co-workers. Having no car might make you seem like an oddball. Not having a smartphone mike make you uncool. Living in a small home or an RV might make everyone think you’re poor or crazy. Eating vegan food might make the meat eaters in your life groan or roll their eyes.
But who are we living for? I am all for living to help other people, but when we live our lives to the expectations of other people, we end up living lives we don’t want. And what do we get when we live up to the expectations of all these other people? They really don’t care — they just don’t like things different because they are uncomfortable with change. Staying the same as everyone else doesn’t make everyone else happier — it just doesn’t force them to reflect on their lives.
Where do these expectations come from, anyway? Other people didn’t just make them up — they are customs built up over the years, often very consciously by corporations trying to get us into expensive buying habits. For example, we have so many clothes, gadgets and other possessions because ads have sold us on the idea that we need clothing to look stylish, to be successful, to feel like a woman, to be as good as the people on TV. It wasn’t always this way, and it’s up to us to decide whether we want it to be that way from now on.
I’m not saying we should go live in the woods and ignore society (though that’s not a bad option). I live in society, and yet no one minds me wearing the same clothes all the time. People don’t go wild with anger when they hear that I’m not buying Christmas presents. I might get a raised eyebrow when they find out I don’t have cable TV or a car, and I might have to explain myself when they hear I’m a vegan, but no one gets mad at me and they go on with their lives. I sure go on with mine.
The way everyone else does things isn’t working. People aren’t happy with a life filled with possessions. Driving cars all the time adds to stress, makes people unhealthier, pollutes. People get unhealthy with their standard American diet. Just because everyone else thinks this is the way it should be done, doesn’t mean it’s the best way. Go against the stream — the other fish don’t know where they’re going either!
When it comes to others, be helpful, compassionate, grateful. But don’t live up to their expectations. You’ll be freed of the shackles of meaningless customs, so that you can live as you want.
(note: the picture above was taken last weekend: a picnic, bathing and running in a mountain grassland; no irony intended, a good alternative to the status quo afternoon at the mall...)
Tuesday, April 24, 2012
Limpezas de Primavera / Spring cleaning
A chegada da Primavera traz-me sempre uma enorme vontade de fazer limpezas e organizar as coisas cá em casa - as famosas limpezas de Primavera.
Mas este ano, vai ser diferente. Ao invés de me limitar a limpar e re-organizar, eliminando meia dúzia de coisas estragadas ou que deixaram de ser úteis (brinquedos velhos, roupa que já não serve, etc.), decidi dedicar-me seriamente a pensar sobre a utilidade e o valor de cada objecto que fui acumulando ao longo dos anos. Será que realmente o uso? É útil? É importante, sob qualquer outro ponto de vista? Porque é que o guardei? Decididamente, esta "limpeza" não vai ser coisa para um fim de semana, provavelmente, vai-se prolongar por vários meses, mas acho que vai valer a pena. Paralelamente à limpeza dos objectos físicos, vou fazer uma outra, que acaba por estar relacionada com a primeira, embora à primeira vista isso possa não parecer muito evidente. Trata-se de pensar seriamente sobre a forma como ocupo o meu tempo (o mais precioso dos bens...) e procurar optimizá-lo, eliminando o que não tem valor, para que me sobre mais tempo para o que realmente é importante.
O esboço lá de cima reflecte o início deste esforço. É insignificante, mas ao mesmo tempo tem muito significado, pois foi feito ao fim de muitas semanas sem pegar em papel e lápis, durante uma tarde bem passada com o L. e as miúdas, a desenhar, a ler, a observar aves e a desfrutar das inigualáveis paisagens transmontanas.
A leitura em questão, que recomendo a todos os que se sentem atraídos por uma vida mais simples, mas com mais sentido é Minimalism: Essential Essays, de Ryan Nicodemus e Joshua Fields Millburn, que está, até ao dia 25 de Abril, disponível na Amazon gratuitamente, por iniciativa dos autores, que em troca apenas pedem uma crítica sincera ao seu conteúdo. Recomendo igualmente o blogue destes dois americanos, onde podem encontrar alguns dos ensaios contidos no livro: The Minimalists.
The arrival of Spring always brings me a great urge to clean and organize my home - the famous Spring cleaning...
However, this year, it will be different. Instead of just cleaning and re-organizing, eliminating a few broken or unuseful things in the way (old toys, clothes that don't fit anymore, etc.), I decided to dedicate serious thought to each of the objects I've been accumulating along the years. Do I really use it? Is it useful? Is it important in some other way? Why am I keeping it? Definitely, this spring cleaning won't be something to get done with in a weekend. It will most likely extend for several months, but I think it will be worth it. Because in parallel to the physical clutter, I will also be thinking about the things that are cluttering my mind and my time and seeking ways to eliminate what is not important, to be able to focus on what really is.
The sketch above is a reflection of my first efforts. It is insignificant, but at the same time it has great meaning because it was done after many weeks without touching pen and paper, during a great afternoon spent with my husband and children: drawing, reading, birdwatching and hiking in the beautiful Trás-os-Montes countryside.
The book I'm reading is Minimalism: Essential Essays, by Ryan Nicodemus and Joshua Fields Millburn. I reccommend it to all of those that feel drawn towards a more simple, more meaningful life. The authors are offering a free copy until April 25th, in exchange for a review. I really think the book is worth your time, as well as the authors blog, where you can find some of the essays contained in the book and many more: The Minimalists.
Friday, March 2, 2012
Piscinas Biológicas na Batalha / Biological Pools in Batalha (giveaway!)
Tal como muitos já sabem, cá em casa somos todos adeptos das piscinas biológicas, que, recentemente, têm vindo a atrair a curiosidade de cada vez mais pessoas, tanto particulares, promotores do sector do turismo como alguns municípios.
A Feira vai decorrer de 15 a 18 de Março, e a BioPiscinas tem disponíveis entradas gratuitas para quinta e sexta-feira (dias 15 e 16). Para obter uma entrada gratuita, basta enviar um email a solicitá-la para pb@biopiscinas.pt com a palavra EXPOJARDIM no assunto. Depois, basta imprimir e apresentar na recepção da feira o convite que lhe for enviado. Aproveitem!
As many of you already know, we're big fans of Natural Swimming Pools around here. Also known as biological swimming pools, they have been attracting curiosity from more and more people in recent years, as well as the tourism sector and some municipalities.
The fair will take place between 15 and 18 March, and BioPiscinas is giving away tickets for Thursday and Friday (15th and 16th). To get yours, all you have to do is send an email to pb@biopiscinas.pt with "EXPOJARDIM" in the subject!
Thursday, February 2, 2012
Coisas a mais / Too many things
Todos os fins de tarde (às vezes noites), quando dou por findo o dia de trabalho, passo alguns minutos a arrumar, primeiro a secretária onde trabalho, e depois o espaço que está à volta. São papéis que vão para reciclar, outros para arquivar, lápis e canetas que têm que ser colocados nos respectivos "copos" e um brinquedo ou outro que as miúdas deixaram fora do sítio e eu não me lembrei de as mandar arrumar antes de se irem deitar (incutir hábitos de arrumação às crianças é um processo em curso...).
Sei que o dia de trabalho, na manhã seguinte, vai começar muito melhor, se me sentar num espaço arrumado e desafogado, sem coisas fora do sítio que me distraiam a vista e o pensamento. Procuro (outro processo em curso..) que a mesma lógica se aplique a toda a casa. E também fora dela, prefiro os espaços abertos e evito os grandes supermercados e centros comerciais, cheios de coisas, luzes e barulho.
Posto isto, ultimamente tenho refectido bastante sobre a quantidade de coisas que possuo e não contribuem em nada para a minha felicidade, antes pelo contrário - porque ocupam espaço, porque tenho que as limpar, porque tenho que as desviar para limpar o que está por baixo, e porque me preocupo com elas. E porque tudo isto me consome tempo e atenção, que podiam ser dedicados a coisas mais importantes, tais como brincar mais com as minhas filhas, fazer caminhadas no campo com o L., desenhar e ler, para mencionar apenas algumas.
I like to walk about among the beautiful things that adorn the world; but private wealth I should decline, or any sort of personal possessions, because they would take away my liberty. (George Santayana)
"It is preoccupation with possessions, more than anything else, that prevents us from living freely and nobly." (Bertrand Russel)
“If one's life is simple, contentment has to come. Simplicity is extremely important for happiness. Having few desires, feeling satisfied with what you have, is very vital: satisfaction with just enough food, clothing, and shelter to protect yourself from the elements.” (Dalai Lama)
Parece-me que tenho coisas a mais. Tenho a certeza que produzo mais lixo do que deveria. Estou decidida a simplificar. Algumas coisas que me têm inspirado ultimamente, são este vídeo, sobre uma famíla que conseguiu reduzir a quantidade de lixo que produz a uns níveis que quase me parecem inacreditáveis.
I know that the next morning, I'll start my day of work much better if I find a clean and clear workspace withouth things here and there, distracting my sight and mind. I try (another work in progress...) that the same rule applies to the whole house. And also outdoors, I prefer oen spaces (preferably green) and I avoid big supermarkets and malls, always full of things, artificial lights and noise.
"Do not lay up for yourselves treasures on earth, where moth and rust destroy and where thieves break in and stea. For where your treasure is, there your heart will be also." or "So why do you worry about clothing? Consider the lilies of the field, how they grow: they neither toil nor spin; and yet I say to you that even Solomon in all his glory was not arrayed like one of these." (Jesus Christ)
I like to walk about among the beautiful things that adorn the world; but private wealth I should decline, or any sort of personal possessions, because they would take away my liberty. (George Santayana)
"It is preoccupation with possessions, more than anything else, that prevents us from living freely and nobly." (Bertrand Russel)
“If one's life is simple, contentment has to come. Simplicity is extremely important for happiness. Having few desires, feeling satisfied with what you have, is very vital: satisfaction with just enough food, clothing, and shelter to protect yourself from the elements.” (Dalai Lama)
I think I have too many things. I am sure I produce more litter than I could. I've decided to simplify. Some of the things that have inspired me lately are this video, from a family that managed to reduce the garbage they produce to unbelievably small amounts.
And this site about minimalism as a way of improving our lives and the lives of those around us:
Saturday, January 21, 2012
Sugestão de Leitura / Reading Suggestion
Este livro veio-me parar às mãos através do Bookcrossing, uma comunidade de leitores online que partilha livros e segue os seus percursos através dos vários leitores por onde vão passando.
Não posso dizer que aprendi muitas coisas com este livro, mas gostei muito de o ler. Cá em casa também se recicla, também se reutiliza, evitamos o consumismo e o esbanjamento de energia e de água e também perdemos algum tempo a fazer escolhas quando compramos alguma coisa - menos produtos embalados, menos sacos de plástico, electrodomésticos energeticamente mais eficientes... Mas a verdade é que podíamos fazer muito mais... Mas também não foi por me lembrar disso que gostei do livro.
Do que realmente gostei, foi de todas as reflexões paralelas acerca do significado real que o consumo tem nas nossas vidas, de que forma consumir contribui - ou não - para as melhorar. O que é que nos leva a trabalhar cada vez mais, para podemos comprar cada vez mais coisas, sendo que uma considerável parte delas acabará por ir parar ao lixo passado pouco tempo? E de que forma abdicar de certas comodidades e passar a ter mais trabalho com algumas tarefas pode contribuir para a nossa felicidade, ao acarretar uma série de mudanças no nosso estilo de vida?
Embora à primeira vista este livro possa parecer um relato "levezinho" e divertido de mais um americano que quis ganhar protagonismo através de uma mudança radical de vida, na verdade trata-se de um testemunho honesto e bastante inspirador. Porque a verdadeira questão não é se cada um de nós, através da acção individual, pode realmente fazer alguma diferença no estado crescente de degradação do nosso planeta. A questão é se estamos dispostos a tentar e a agir de acordo com a nossa consciência, ou se preferimos viver alheados sem dedicar cinco minutos a pensar nas consequências dos nossos actos. Pelo que me toca, já fui buscar os lenços de pano que tinha guardados no fundo do armário e que andava há anos a pensar recuperar para substituír os de papel. Já nem me lembrava como são tão mais macios e confortáveis que os outros... E vou, certamente, apurar ainda mais os cuidados que já tinha no que toca à produção de lixo, especialmente no que se relaciona com as embalagens de plástico. Eis algumas das minhas resoluções para este ano:
* comprar ainda mais produtos frescos e menos embalados, e de preferência de origem local
* deixar de comprar farinha no supermercado e passar a comprá-la na moagem que existe na minha cidade. É feita a partir de cereal da região (menos energia gasta em transportes), acabada de moer (mais rica em nutrientes), vem em sacos de 5 ou 10 kg (menos lixo). Para além de tudo isto, cada vez que comprar um saco, sei que estarei a contribuir para a manutenção do emprego de uma série de pessoas, desde os agricultores que cultivaram o cereal e contribuem para manter algumas das paisagens nordestinas de que tanto gosto, até aos trabalhadores da moagem, que são bem simpáticos, tal como pude avaliar em primeira mão há uns anos atrás quando lá fui fazer uma visita com as minhas miúdas.
* comprar menos envelopes e reutilizar mais envelopes velhos, assim como outras embalagens. Já tenho feito envelopes com folhetos de supermercados e caixas de cereais viradas do avesso (funcionam mesmo bem, são resistentes e ficam uns pacotes mesmo bonitos)
* voltar a usar as minhas canetas de tinta permanente (tenho várias, e em tempos usava-as muito, mas a certa altura não sei porquê, mas provavelmente por preguiça, deixei de as usar
* passar a beber menos café - vem de muito longe, e o solúvel, para dizer a verdade, nunca me inspirou grande confiança (o que é que lhe farão para ficar tão solúvel? ). Para compensar, proponho-me beber mais chá - dos Açores, pois claro, ou então infusões do meu limonete e da minha erva cidreira - para dizer a verdade, até gosto mais de chá, mas bebo café mais vezes, lá está, por preguiça...
Estas são algumas das minhas resoluções. Gostava de conhecer as vossas.
This book came to my hands through Bookcrossing, an online reading community that tracks and shares books.
I can't say I learned a lot from it, but I enjoyed reading it immensely. In our family we already try to be very conscious about what we buy, what we waste, what we eat, etc. Although we could do a lot more... But reminding me about this was not the reason I enjoyed this book either.
What I really liked were all the parallel thoughts about the real meaning that consuming has in our lives. How does it contribute - in case it does - to improve them? What drives us to work more and more time, to be able to buy more things, most of which we'll sonner than later throw away? And what if, by giving up some of these comodities and becoming in charge of new tasks we find a new kind of fulfillement that comes with a change of lifestyle?
Although at first sight this may look like another flashy book of some obscure American writer looking to be advertised, in fact it is a very honest and inspiring account of someone who drastically changes his (and his family's) lifestyle so that it made less impact on the environment. Because the question is not whether one person, as an isolated individual, can make a difference. The real question is: are we willing to try and live according to our conscience? Or do we prefer to take the easy road and abstain from thinking about the consequences of our actions?
As for myself, I've just went to the bottom of my drawer and dug out the old cotton handkerchiefs I used when I was about my kid's age. I hardly remembered how much softer and confortable they are than the pieces of paper we've got so used to. And I'll certainly refine some habits, especially regarding reducing the amount of plastic garbage we produce whenever we go out shopping. Here are some of my new year green resolutions:
* I will buy even more fresh produce and less packaged / preserved food, from local origin as much as possible
* I'll start buying flour in our local small milling plant instead of the supermarket. Its made out of local cereal (less energy and fuel spent in transportation), freshly grinded (more rich in nutrients), comes in large 5 or 10 kg pacages (less packaging). Plus, each time I go there, I'll know I am helping local workers and farmers to keep their jobs (while maintaining some of the northeastern landscapes I love so much)
* I will buy less envelopes and reuse more. I've made some really nice ones using old supermarket leaflets and empty cereal boxes turned inside out (they are great for books because they are sturdy and they turn out really neat!)
* I will look for my fountain pens and start using them again - I have several which I really like and I used them a lot many years ago but somewhere along the way, they've gradually been replaced by ugly plastic ballpoints, I really don't know why, but I guess because it was easier...
* I will drink less coffee - it travels a long way and the instant one... well, to tell the truth, I've never quite trusted it (what is it that they do, to transform plain simple coffee powder into those puffed grains that are so soluble?). I will replace it with tea - from the Azores, of course, as well as some infusions from my home-grown herbs - to tell the truth, I prefer tea rather than coffee, but I end up drinking more coffee because... you guessed - its easier...
These are some of my resolutions. I'd love to hear about yours.
Thursday, January 12, 2012
Um grande pintor / A great painter
Ainda me parece difícil acreditar que o Vítor Matias já não está entre nós. Tive a grande sorte de o conhecer pessoalmente, pois era um grande amigo dos meus pais. Tenho a sorte de possuír alguns dos seus quadros, mas sinto-me ainda mais privilegiada por me ter sido dada a oportunidade de o ver pintar - parecia tudo tão incrivelmente fácil...
Viveu uma vida cheia, por vezes difícil (passou pela guerra em África), mas penso poder dizer que foi, globalmente, uma vida boa. E que vai deixar saudades a muitos. Morreu este Sábado, aos 73 anos.
Conhecia o nosso país a palmo, e isso nota-se na sua pintura. Podem ver mais trabalhos dele na sua página da internet, clicando aqui.
He lived a rich, sometimes hard (he fought the war in Africa), but I dare say an overall good life and he will be missed by many. He died this Saturday, at the age of 73.
He knew our country well, from north to south and that shows in his work. Please visit his website so that you can see more of his great work here.
Friday, January 6, 2012
Cabo Verde / Cape Verde
Cabo Verde é um país maravilhoso, com um imenso e valioso património natural. Esperemos que o desenvolvimento turístico em curso não o deite a perder, tal como tem acontecido noutras regiões do planeta - a bacia Mediterrânica e a costa Sul do Algarve são apenas dois exemplos. Cada um de nós pode ajudar a evitar que isto aconteça, através de uma escolha criteriosa do tipo de alojamento nas nossas viagens. Ao preferirmos um turismo sustentável, por oposição ao turismo baseado nos resorts do tipo "tudo incluído", estaremos a contrariar a tendência destes últimos - normalmente pertença de grupos económicos estrangeiros - em manter todo o lucro no seu interior, ao invés de o partilhar com a comunidade local. Se quiserem saber mais sobre o turismo sustentável, então leiam o último capítulo desta reportagem da Ana Pedrosa e do António Sá, precisamente sobre uma das ilhas de Cabo Verde que se encontram neste momento na mira do turismo de massas, a ilha da Boavista.
Cape Verde is a wonderful country, with an immense and valuable natural heritage. Let's hope the tourism development in course does not lead to its loss, as it happened in other places (namely the Mediterranean basin and the south coast of Portugal). Each one of us can help, by carefully selecting sustainable tourism offers instead of the "all-included-style" resort offers - usually belonging to foreign economic groups - that usually keep all the profit inside them instead of sharing it with the local communities.