Sunday, July 21, 2013

Ginjas: um fruto, duas receitas / Sour cherries: one fruit, two recipes


As ginjas são provavelmente um dos meus frutos favoritos. São saborosas, doces q.b. e com aquele sabor especial das coisas que se vão tornando raras. Talvez por serem difíceis de conservar depois de colhidas, praticamente não se conseguem encontrar à venda. Felizmente, por baixo da nossa horta crescem várias ginjeiras de forma mais ou menos selvagem. Assim, todos os anos nos deliciamos a comê-las cruas, directamente da árvore, e apanhamos algumas para fazer ginjinha e também doce.

Aqui ficam as receitas.


Ginjinha: pegar nalgumas mãos cheias de ginjas, lavá-las e tirar-lhes os pés (mas não o caroço). Colocá-las em garrafas até cerca de 1/3 da capacidade e cobri-las com açúcar branco. Deixar assim durante umas duas ou três horas e depois encher as garrafas com uma aguardente de boa qualidade (nós usamos caseira, oferecida por vizinhos simpáticos). Pode juntar-se dois cravinhos-da-índia e/ou um pau de canela, se se gostar de um sabor mais exótico. Colocam-se as garrafas num local escuro e vão-se rodando suavemente de vez em quando (sem agitar demasiado), até o açúcar ficar completamente dissolvido (isto demora normalmente dois ou três dias). Fica perfeita ao fim de 6 meses, mas pode ser bebida mais cedo, se a paciência não for o vosso forte.


Doce de ginja: Colocar numa panela 1kg de açúcar branco e 1 kg de ginjas sem pé nem caroço. Se gostarem, podem juntar o sumo de 1 limão (eu não ponho). Levar ao lume até ferver e depois baixar o lume e deixar espessar até atingir o ponto de estrada (para verificar se já atingiu o ponto, deitar um pouco da calda num prato e passar o dedo pelo meio abrindo uma "estrada" no doce. Se a estrada se mantiver aberta, já está. Se fechar, é sinal que ainda precisa de mais tempo ao lume). Este doce é excelente comido numa torrada, sobre um gelado de baunilha ou nata (que é como eu tenho comido o meu ultimamente) ou como recheio de uma "jalousie" ou pequenos pasteis de massa folhada.



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Sour cherries must be one of my favorite fruits. They're tasty, sweet enough (but not too much) and with that exquisite taste of things that are becoming rare. They hardly can be found in shops nowadays, probably because they are difficult to keep stored. Fortunately, we have several sour cherry trees growing below our garden, so every year we delight eating them raw from the trees and we also pick up a few baskets to make ginjinha - a typical Portuguese liqueur - and sour cherry jam.


Here's how.


Ginginha: pick a few handfuls of sour cherries, wash them, remove the stems (but leave them unpitted) and insert them into bottles (the bottles should become 1/3 full, more or less). Cover the cherries with white sugar and let them settle for a couple of hours. Then, fill up the bottles with a good quality aguardente (we use home-made, offered by nice neighbours, but good quality ones can be found in supermarkets too). You can add 2 cloves and/or a cinnamon stick if you like, or just leave it plain and simple. Let it infuse in a dark place, stirring it very gently once in a while (don't shake it) until the sugar completely dissolves (this should take two or three days). It is good and ready after about 6 months but can be tasted earlier, if you become too impacient. Serve in small glasses either as an aperitif or at the end of the meal.

Sour Cherry Jam: Pour 1 kg of white sugar and 1 kg of pitted and stemless sour cherries on a saucepan. You can add the juice of one lemon if you like. Bring to a rolling boil and then simmer until thickened, stirring occasionally and skimming any foam from the top. Divide into clean jars and immediately cover with lids. Label and store in a cool place (no need to freeze if thick enough and jars were clean and immediately closed after filled up). This jam is delicious on a toast, used as a topping for ice-cream (which is how I've been eating mine lately) or as a filling for quick puff-pastry pies.

4 comments:

  1. Tens de experimentar o gelado de ginja, aromatizado com um pouco de ginjinha. Uma delícia.
    No doce, este ano coloquei o sumo de uma lima. Ficou excelente.

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  2. Para mim, o alcóol liga bem é com chocolate. Bombons de ginja, por exemplo...

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  3. Tem tudo um aspeto delicioso. Também experimentei fazer uma espécie de ginga, mas coloquei-a primeiro no álcool e depois vou fazer uma calda com açúcar amarelo e água. Vamos ver no que dá. Mas sou capaz de experimentar a tua receita também e brevemente ;)

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  4. Depois gostava de saber como ficou... - sempre que posso, prefiro usar açúcar amarelo em vez do refinado.

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